sábado, 30 de julho de 2011

Como se portar na Santa Missa?

A igreja é um lugar para nos alegrarmos e nos sentirmos bem. Mas isso não é sinônimo de falta de respeito e nem de perder a reverência pelo Sagrado.


Hoje em dia, infelizmente, muitos não se importam com a maneira de se vestir e agir no Santo Sacrifício da Missa. Alguns afirmam que “tanto faz, o que importa é o coração”... Mas o que dizem os documentos da Igreja sobre este assunto?

O Catecismo (n. 1387) diz que, no momento da Sagrada Comunhão: “a atitude corporal, - gestos, roupa, - há de traduzir o respeito, a solenidade e a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso Hóspede.” Por que o Catecismo fala das vestes? Por que a Santa Missa é a renovação do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que nos resgatou dos nossos pecados na cruz. Tal Sacrifício se torna presente na Santa Missa, no momento em que pão e vinho se tornam, verdadeiramente, Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor (1373-1381). Sendo assim, a orientação é para que as pessoas não usem, nesse momento sagrado, roupas que mostrem demais o corpo, ou que marquem os contornos do corpo de forma provocativa, além dos decotes profundos, shorts curtos, blusas que mostrem a barriga, etc. Afinal, vamos à igreja para encontrar Deus ou para seduzir? Por acaso a Missa é ocasião para ser sexy, para atrair os olhares das pessoas do sexo oposto?

Claro que não. Às vezes, até mesmo sem perceber, uma mulher é capaz de desviar completamente a atenção de um homem, ou vários, que compareceram àquele lugar com uma intenção de santidade. Convém evitar tudo o que contrarie a alegria pura, a solenidade e o respeito da Celebração.

O bom senso, partindo do princípio da solenidade, diz que é melhor usar calça do que bermuda. Não se vai a uma entrevista de emprego, por exemplo, usando bermuda. Então, por que ir ao encontro de Cristo vestido assim? Partindo do princípio do respeito e não banalização do Sagrado, é simples entender por que é melhor que uma mulher, por exemplo, use uma blusa com mangas do que uma de alcinha; que use uma calça discreta ou vestido do que uma calça apertadíssima. É melhor um homem usar, por exemplo, uma camisa ou camiseta discreta do que uma camiseta regata, ou aquela camisa super colorida de escola de samba. Claro que essas dicas devem ser levadas ainda mais a sério por aqueles que exercem funções litúrgicas, como os leitores e os músicos, e, especialmente, os ministros. Estes acabam servindo como modelo de comportamento. Até há pouco tempo ainda era comum a expressão popular “roupa de ir à Missa”. Em algumas cidades pequenas
do interior ainda se chama assim à melhor roupa que uma pessoa tem. Como seria bom se todos os católicos recuperassem essa consciência!

Vale lembrar que o modo de se vestir e se comportar na igreja deve ser integrado às normas e símbolos litúrgicos, como os paramentos, as velas, o incenso,
o gestual... São parte da necessidade de manifestar, com sinais externos, à fé católica sobre o que acontece no Santo Sacrifício da Missa, bem como manifestar externamente a honra devida a Deus. A atitude interna é fundamental, mas desprezar as atitudes externas é um erro. Essa atenção e esse carinho também são necessários ao entrar na Igreja. Observe se está comendo algo ou mascando chicletes. É melhor guardar para comer depois ou jogar fora, conforme o
caso, por uma pura questão de respeito. Temos ouvido o testemunho de padres, que pessoas entram na fila e se aproximam para comungar, a hora mais sagrada
de toda a Celebração Eucarística, mascando chicletes! Não faça isso. Igreja não é playground: é lugar de adoração, comunhão com o Sagrado, reverência...

E o telefone celular, então? Em nome de todos as pessoas que querem rezar, pedimos: antes de entrar na Igreja, por favor, desligue! Este é o melhor jeito de não esquecer depois, para que não toque na hora da Missa. Sacerdote nenhum merece ter a homilia interrompida por uma chamada. Também devemos prestar atenção ao levarmos crianças pequenas. Se o bebê chora ou grita demais, convém dar uma saidinha da igreja, levá-lo para respirar um pouco. É muito importante levar nossos filhos logo cedo para a igreja, mas também explicar desde cedo o que é a Missa. Daqui há alguns anos ele estará pronto para desfrutar as maravilhas que Cristo nos preparou.

Devemos lembrar sempre que a Missa é sagrada. Temos momentos de alegria nas celebrações, mas alegria não é bagunça. A celebração é algo sério, e ultimamente temos perdido o senso crítico ao estarmos na Casa do Senhor, e que a Missa é importante em todas as suas partes. Lembremos que é Cristo sendo oferecido na Celebração, que nós vemos, tocamos e experimentamos.

Santa Missa ou missa do mundo?




Fonte: Voz da Igreja


Ultimamente temos visto tantas inovações na maneira de celebrar o Santo Sacrifício, que por vezes ficamos atordoados. É um tal de "missa-balada", "missa-show", "missa-afro", "missa-breganeja"... Andam trocando o canto litúrgico por forró, batucada, hip-hop... Será que esses tipos de música são apropriados para louvar e honrar a Deus? Até que ponto podemos ou devemos mudar a Celebração Eucarística para "agradar o povo"? A Missa é santa ou deve ser celebrada somente de maneira a agradar às pessoas, como se fosse um simples encontro social?



sexta-feira, 29 de julho de 2011

Não se pode ter Deus como Pai, quem não quer ter por Mãe a Igreja

Cruz de Cristo, escândalo para os judeus. Local onde rasgam as vestes.

Assis: polêmica entre judeus e cristãos sobre símbolos religiosos.


Por: L'Osservatore Romano

Bento XVI e o rabino Di Segni. Em janeiro de 2010, este mesmo rabino declarou: “Se a paz com os lefebvristas significa renunciar às aberturas do Concílio, a Igreja tem que decidir: ou eles ou nós!”


Se os termos do diálogo são os de indicar aos judeus o caminho da Cruz, não se entende por que o diálogo nem o porque de Assis », escreveu em “L’Osservatore Romano” o rabino mais importante de Roma, Riccardo Di Segni, advertindo que os que apoiam o diálogo entre católicos e judeus devem evitar recorrer a símbolos não compartilhados.

A comparação que fez o Cardeal Kurt Koch, diretor do dicastério vaticano para o diálogo ecumênico, entre a cruz cristã e a festividade judia da expiação, o Yom Kippur, não agradou ao rabino de Roma, Riccardo Di Segni.

O debate surgiu com o artigo de 7 de julho publicado pelo Cardeal Koch no periódico da Santa Sé sobre o significado da Jornada Inter-religiosa da Oração pela Paz em Assis, do próximo 27 de outubro, no qual o purpurado suíço escreveu que a cruz de Jesus « se levanta sobre nós como o permanente e universal Yom Kippur », e « por isso a cruz de Jesus não é um obstáculo para o diálogo inter-religioso; antes, indica o caminho decisivo que sobretudo judeus e cristãos […] deveriam tomar, em uma profunda reconciliação interior, tornando-se fermento para a paz e a justiça no mundo ».

Segundo Di Segni, estas palavras « inspiradas pela fraternidade e boa vontade, se não forem melhor explicadas, podem evidenciar os limites de uma certa forma de dialogar da parte dos cristãos ». Di Segni se queixa em particular da proposta que Koch « faz ao interlocutor judeu para que se deixe guiar por símbolos que este não compartilha. Sobretudo quando estes símbolos são apresentados como substituições, com o valor agregado dos ritos e dos símbolos do crente com que se dialoga».

« O crente cristão – explica o rabino de Roma – pode, sem dúvida, pensar que a Cruz substitui de maneira permanente e universal o dia de Kippur, mas se deseja dialogar sincera e respeitosamente com o judeu, para quem o Kippur mantém seu valor permanente e universal, não tem que lhe propor suas crenças e suas interpretações cristãs como sinais do ‘caminho decisivo’».

« Pois então há o risco – prossegue – de se entrar na teología da substituição e a Cruz se converte em obstáculo. O diálogo judaico-cristão corre inevitavelmente este risco, porque a idéia do cumprimento das promessas judaicas é a base da fé cristã; assim, o afirmar-se desta fé implica sempre uma idéia implícita de integração, se não de superação da fé judaica ».

De Segni continua: « a língua do diálogo deve ser comum e o projeto deve ser compartilhado. Se os termos do diálogo são baseados em cristãos indicando aos judeus o caminho da Cruz, não se entende o porque do diálogo nem o porque de Assis ».

Em sua réplica, o Cardeal Koch explica que « não se trata de substituir o Yom Kippur hebraico pela cruz de Cristo, embora os cristãos vejam na cruz de Cristo o permanente e universal Yom Kippur ». A questão, de toda forma, « não é um obstáculo para o fato de que cristãos e hebreus, dentro do recíproco respeito pelas respectivas convicções religiosas, se empenhem na promoção da paz e da reconciliação, caminhando juntos para Assis ».

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ninguém menos que o Filho amado!

Da Carta a Diogneto (séc I):

Aos cristãos, o que lhes foi transmitido não tem origem terrestre (cf. Gl 1,12) e o que eles fazem questão de conservar com tanto cuidado não é invenção dum mortal, mas foi o próprio Deus invisível, verdadeiro Senhor e Criador de tudo, que do alto dos céus colocou a Verdade no meio dos homens (cf. Jo 14,6), o Seu Verbo santo e incompreensível, e O estabeleceu firmemente em seus corações.

Não realizou tudo isto, como alguém poderia imaginá-lo, enviando aos homens algum subordinado, Anjo ou espírito dentre os que governam as coisas terrenas ou têm a seu cargo o cuidado das coisas celestes (cf. Ef 1,21), mas o próprio Autor e Criador do universo (cf. Hb 11,10). Por Seu intermédio criou os céus e encerrou o mar nos seus limites (Sl 104/103,9; Pr 8,29). Todos os elementos obedecem com fidelidade às Suas leis misteriosas: o sol, ao seguir a medida do curso dos dias; a lua, brilhando durante a noite; os astros, acompanhando o percurso da lua. Por Ele todas as coisas foram feitas, definidas e hierarquizadas: os céus e o que neles existe, a terra e o que ela contém, o mar e o que nele se encontra, o fogo, o ar, o abismo, os seres que existem nas alturas, nas profundidades e no espaço intermédio. Foi Ele que Deus enviou aos homens.

Livros heréticos: tomemos cuidado !

Texto de: Pedro Henrique
Ler livros heréticos e profanos que colocam em risco a fé das pessoas sem a devida permissão do diretor espiritual pode ser uma situação de pecado grave, como nos ensinam os antigos livros de piedade e moral.
Na história vemos que os livros foram fortemente usados pelos hereges para dispersarem seus erros. Aos bons católicos coube a coragem de queimá-los e lutarem fortemente para que esses livros fossem destruídos e não contaminassem as almas dos fiéis. O exemplo mais clássico desse fato, foi São Domingos de Gusmão que não pensavam duas vezes antes de mandar o livros dos Cátaros para a fogueira.
Hoje a história se repete e os malditos hereges continuam publicando livros e mais livros cheios de heresias e destruindo almas com seus erros. E nós católicos deste século devemos continuar a luta que nossos antepassados viveram.
Contudo hoje algo mudou drasticamente: muitos dos hereges são os católicos "oficiais" e na maioria das vezes possuem a autoridade eclesiástica em suas mãos. Mas o erro continuam sendo erros e nós devemos continuar lutando.
Dos livros heréticos recentemente publicados, dois estão chamando muito atenção dos católicos menos esclarecidos e estão se tornando best-sellers contaminando muitas almas. São eles:
1- ("Cartas entre amigos") , do pseudo-católico Gabriel Chalita e do cantor de Breganejo Fábio de Melo
Heresias deste livro: Relativismo religioso, negação da presença real de Jesus na eucaristia, negação da ressurreição de Nosso Senhor como fato histórico, relativização do sacerdócio dentre outros.

Este trecho deste livro mostra muito bem as enormes heresias contidas no livro:

Trecho retirado da carta 2 página 15:

(...) Por isso não tenho receio de afirmar que o específico das religiões não consiste em responder às perguntas, mas em nos ensinar a conviver com elas. Na tentativa de resolver os conflitos que nos afligem, corremos o risco de atentar contra a sacralidade dos fatos. Dessa forma, deixamos de plantar as flores e insistimos em chorar sobre as pedras. Diante do sobrado demolido, Cora Coralina resolveu escrever o poema, pois sabia que as palavras poderiam resguardar o significado de tudo o que as pedras insistiam em sepultar. Gosto de compreender a ressurreição de Jesus da mesma forma. Diante da ausência sentida, a saudade fez o apóstolo intuir e proclamar: “Ele está no meio de nós!”. O grito nasce do reconhecimento da transformação acontecida. Eles não eram mais os mesmos. O sobrado crístico já estava erigido na alma de cada um. João, o homem que era chamado “filho do trovão”, o homem de temperamento difícil, revestia- se de docilidade. Pedro, o homem que mal sabia falar, o homem que foi frágil até o momento da morte do melhor amigo, estava mergulhado numa coragem invejável. Eles se olhavam e percebiam que Ele não havia ido embora, mas apenas modificara a forma de ficar.



Isso retira a necessidade que temos da materialidade da ressurreição. Não importa que haja um corpo encontrado ou um corpo desaparecido. O que a ressurreição nos sugere é muito mais que um corpo material. O mais importante, e o que verdadeiramente pode mover o cristianismo no tempo, não está na prova material da ressurreição, mesmo porque não a temos. O que possuímos, e isso ninguém pode contestar, é o fato de que os discípulos nunca mais foram os mesmos depois da vida, morte e ressurreição de Jesus. A declaração cristã “Ele está no meio de nós!” nos assegura a continuidade do plantio das flores. Onde existir um ser humano comprometido com as palavras e a proposta de Jesus, lá Ele estará presente. Isso não é lindo, meu amigo?Teilhard de Chardin, teólogo jesuíta, chamava isso de “cristificação do universo”. Esta mística nos permite uma aproximação ainda mais interessante da eucaristia, acontecimento ritual que nós, católicos, chamamos de “presença real de Cristo”. O que é a presença real? A matéria consagrada? O pão e o vinho somente? Não. Juntamente com as duas substâncias está o bonito e sugestivo significado da ausência. A comunidade que celebra, enquanto celebra, prepara a chegada do que vai voltar. A volta de Jesus não é apenas um acontecimento escatológico, reservado ao final dos tempos, mas induz a comunidade a um comprometimento histórico com as dores do mundo.Jürgen Moltmann, grande teólogo alemão contemporâneo, aprofunda de maneira muito preciosa o conceito de esperança. Segundo ele, a esperança cristã é sempre operante, porque nos mobiliza a atualizar no tempo a presença do esperado.Com isso, podemos saborear a espera. Ao socorrer os necessitados, podemos antecipar a volta de Jesus. Ao consolar o coração de uma mulher que perdeu um filho, e com ela sendo solidários, podemos dar início ao processo de sua cura.Isso também é celebrar o mistério eucarístico. É deitar a toalha branca sobre o altar do coração humano, reconhecendo nele a dor que precisa ser redimida, e elevá-lo, em prece, aos céus. É a ausência humana sendo curada através da presença comprometida, movida por uma esperança operante, que encontra motivos para continuar na celebração sacramental que nasceu da ausência sentida.O motivo da última ceia foi a preparação da ausência. Foi a oportunidade que Jesus teve de sacramentar em seus discípulos a coragem da continuidade. Nada mais bonito que preparar a ausência com um jantar entre amigos. O prato principal não era material. Do que eles precisavam era aprender a mística do alimento. Nós nos transformamos no que comemos. O que Jesus propunha não era um ritual de antropofagia. Comer e beber juntos significa estarmos comprometidos. O banquete não é lugar para saciar somente a fome do corpo, mas também a fome da alma. Ao estar com os que amo para me alimentar, de alguma forma eu os trago para dentro de mim.Ao interpretar a transcendência do amor interpessoal, o filósofo Gabriel Marcel intuiu que amar consiste em olhar o amado nos olhos e dizer: “Tu não morrerás jamais!”. Ele pode ter aprendido isso ao contemplar a última ceia. Cora Coralina disse a mesma coisa, mas com palavras diferentes, que você citou em sua carta: “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico, na música de seus versos”.O amor nos socorre do esquecimento. Retira o poder definitivo da lápide, porque sobrevive na continuidade do que plantamos. Por isso a ausência é lugar de encontro. Basta exercer a força da visão poética, a via que costuma salvar o mundo de seus desesperos e ruínas.Uma bonita expressão atribuída a São João da Cruz, o grande místico cristão, nos diz que “o que podemos conhecer de Deus são as pegadas de sua ausência”, uma frase que desconcerta os religiosos ávidos por sinais concretos. O que temos de Deus são vestígios. Por isso é tão importante não perder o desejo de procurar. Encontrar respostas é satisfação temporária. O bom mesmo é a investigação que nos mobiliza. As teologias nascem dessas ausências. É a partir delas que as teologias postulam as suas verdades, porque a ausência é uma categoria cheia de sugestões.Volto à eucaristia. O que celebramos e o que vemos é muito pouco perto de tudo o que verdadeiramente significa o rito. Não podemos materializar a eucaristia, retirando-a da totalidade de sua abrangência. Digo isso, meu amigo, porque reconheço suas dores como eucarísticas. Assim como foi também a dor de Hannah Arendt, de Cora Coralina e de tantos homens e mulheres que semearam o mundo de flores e sentido.Da mesma forma que não posso reduzir a eucaristia a um detalhe de sua totalidade, também não quero reduzir sua carta a uma simples resposta.Permita-me dizer que suas perguntas, nascidas de suas ausências, saudades e indignações, em vez de me provocarem o desejo de lhe responder, fomentaram em mim muito mais silêncios que palavras. O pouco que escrevo é apenas um modo que tenho de dividir o que creio sobre tantas coisas, e que por ventura entra no contexto de suas falas. Talvez eu não tenha respondido absolutamente nada. Não importa. O mais bonito de tudo isso é saber que suas palavras me fizeram pensar nos sobrados que já reconstruí dentro de mim. Ausências às quais aprendi a atribuir sentido. Sofrimentos que antes eram capazes de me sepultar e que agora me sugerem experiência de plantio de flores.O mais importante é que no sacramental desta carta pude recebê-lo em minha casa e a seu lado deitar a toalha branca sobre o altar dos nossos significados, para juntos repetirmos no tempo o que nele não cabe. A matéria que celebramos? Ainda não sei. Vou seguir o conselho do poeta. Vou conviver com ela e saborear o seu poder de silêncio, antes de encontrar as palavras que possam dizê-la ao mundo.Obrigado pela eucaristia que sua carta me permitiu celebrar. Confesso que, ao terminar a leitura, tive o ímpeto de repetir uma expressão ritual, aquela que assegura a sacralidade da palavra proferida: “Palavra da Salvação!”. No íntimo de meu coração, rezei dizendo: “Glória a Vós, Senhor!”.


2- (" A vida é feita de escolhas") do 'ex-padre' Dalcides Biscalquin

Neste livro ocorre uma profunda relativização do sacerdócio. O autor do livro é um ex-padre salesiano que abandonou o sacerdócio para se "casar" e conta como "continua" sendo um "católico fervoroso" não "necessitando" do sacerdócio para seguir a Deus. Traduzindo: O autor é um traidor da Igreja. Um traidor da dignidade mais sublime que Nosso Senhor delegou ao homem que é o sacerdócio católico.

Sobre estes dois livros só tenho a dizer: são um risco grave para a alma, pois os autores são experientes e sabem disfarçar muito bem as heresias fazendo com que elas pareçam verdades católicas. Aos menos esclarecidos certamente não recomendo a leitura. Aos mais firmes na fé, por prudência, recomendo apenas ler depois de consultar um sacerdote experiente e firme na doutrina. De uma forma geral: livro herético deve ter por destino a "fogueira".

Devemos como São Paulo combater o bom combate. A luta é dura, mas é por ela que seremos dignos do Céu. Tenhamos a coragem de um São Domigos, de um São Pedro Canísio e de tantos outros baluartes da fé. Combatamos o modernismo com suas ramificação. Que a Virgem Maria seja nosso auxílio!

domingo, 24 de julho de 2011

O Papa Pio XII e o milagre do Sol


Recordemos, para começar, que o Papa Pacelli está misteriosamente vinculado a Fátima. Foi sagrado bispo pelo Papa Bento XV, na capela Sistina, exactamente na mesma manhã - às 12h00 - de 13 de Maio de 1917, quando a Santíssima Virgem aparecia aos três pastorinhos.
Ademais, durante o seu pontificado fez-se eco à petição de Nossa Senhora por intermédio da Irmã Lúcia em Tuy (aparição de 1929) para que o Papa consagrasse a Rússia ao Seu Imaculado Coração, efectuada em 1952 mediante a carta apostólicaSacro vergente anno”, embora não tenha sido em conjunto com todos os bispos do mundo como o havia pedido a Virgem Maria.
Sabia-se que Pio XII teria visto o mesmo milagre do sol de Fátima nos jardins do Vaticano através de uma homilia que o Cardeal Federico Todeschini, enviado ao lugar das aparições como legado pontifício para encerrar o ano de 1950, pronunciou a 13 de Outubro de 1951 e na qual afirmou que o Papa havia visto o mesmo que presenciaram os testemunhos que estavam presentes em Fátima no dia da última aparição (13 de Outubro de 1917). Esta revelação foi amplamente difundida pela imprensa da época, chegando-se a imprimir milhares de estampas representando a cena de Pio XII a olhar para o sol dançante sobre os jardins vaticanos, mas não se tinha uma versão directa do episódio.
Em Novembro de 2008, um dos biógrafos mais conhecidos do venerável Papa, Andrea Tornielli, revelou o descobrimento, entre os papéis privados da família Pacelli, de um autógrafo do Papa em que se lê o relato do que viu por mais de uma vez naquele outono jubilar de 1950. O documento é de um extraordinário valor por ser de primeira mão, por sua imediatez e pela sua linguagem natural (longe do grande estilo que caracteriza a oratório e os escritos oficiais de Pacelli), e confirma plenamente o que já se sabia por via indirecta.
 
Escreveu o Papa Pio XII:  
"Era o dia 30 de Outubro de 1950, antes da vigília do dia, esperado com tantas ânsias por todo o mundo católico, da solene definição da Assunção ao Céu de Maria Santíssima. Pelas quatro da tarde, fazia o meu costumeiro passeio pelos jardins vaticanos, lendo e estudando, como sempre, vários documentos de despacho.
Ia subindo desde a praça da Virgem de Lourdes para o topo da colina, pelo caminho da direita que segue paralelo ao longo da muralha. De repente, havendo levantado os olhos dos papéis que tinha na mão, fui surpreendido por um fenómeno que não havia nunca até então visto. O sol, que todavia estava bastante alto, aparecia como um globo opaco amarelado, circundado por um círculo de luz ao redor, o qual, sem embargo, não me impedia de modo algum de mirá-lo fixamente sem causar a mínima moléstia.
Só havia adiante uma pequena nuvem. O globo opaco se movia ligeiramente para fora, seja girando, seja vindo da esquerda para a direita e vice-versa. Porém no interior do globo se viam com toda claridade e sem interrupção movimentos fortíssimos.
O mesmo fenómeno se repetiu no dia seguinte, 31 de Outubro, e a 1 de Novembro, oitava da mesma solenidade. A partir de então nada mais vi. Várias vezes, nos dias seguintes, à mesma hora e com as mesmas ou similares condições atmosféricas, procurei olhar para o sol para ver se aparecia o mesmo fenómeno, mas foi em vão. Não conseguia olhá-lo sequer por um instante, pois a vista ficava imediatamente cegada.
Durante os dias seguintes dei a conhecer o facto a poucos íntimos e a um pequeno grupo de cardeais (talvez quatro ou cinco), entre os quais estava o cardeal Tedeschini. Quando este, antes de sua partida para a missão de Fátima, veio visitar-me, comunicou-me seu propósito de falar disso na sua homilia. Eu respondi-lhe: “Deixa-o estar, não é o caso”. Porém, ele insistiu, defendendo o oportuno de semelhante anúncio, e então expliquei-lhe alguns detalhes do acontecimento. Esta é, em breves e simples termos, a pura verdade."
 
Fonte: saudedalma.blogspot.com